domingo, 27 de maio de 2012

Uma pequena viagem para a Inglaterra [Conto Wp.]

Era domingo e eu estava dormindo depois de uma bela noite de saideira.O telefone tocou e me lembro claramente daquela voz com sotaque britânico:
- Sir DäsWolupën?
Me lembrei então do período entre guerras,em que passei um bom tempo vivendo com um Lord na Inglaterra.De claro, como tudo não dura para sempre, disse que se precisasse de alguma coisa era só chamar.Isso foi alguns dias após ter exorcizado um fantasma que por ali vagava.Ele estava se referindo ao meu nome germânico, que só usei no período entre guerras, quando era útil saber um pouco de alemão para chegar até Hitler.Olhei para o relógio.Marcava 11:22 AM.Respondi então:
- Lá pelas 02:00 PM está bom?
Ouvi alguns cochichos,como se ele estivesse falando com o Lord.
- Yes Sir.Chegando aqui lhe daremos mais informações,mas já sabe o que te espera.
Fui até o aeroporto,falei com alguns dos meus colegas e eles me deixaram embarcar num avião que ia em rumo à Inglaterra.Como estava muito cansado,deixei o consciente assumir o controle.Foi interessante ver aquele humano acordar no meio do avião - ele já não esteava surpreso,já que já tínhamos um trato : ele deixava eu "trabalhar" com o corpo dele e ele podia sentir a adrenalina na pele,já que eu gosto mais de intelecto e ele de ação.
Interessante como as pessoas nunca se dão conta de como é o mundo ao redor delas -as energias,as almas,as egrégoras - são como surdos mudos cegos imersos no mundo.Não resisti à curiosidade e fui ver os pensamentos de cada um -e com certeza não tinham pensamentos lá tão bons- e depois fui descansar.
Quando chegamos na Inglaterra eu reassumi o controle.Me dirigi à casa do Lord,e ele me recebeu de braços abertos.Tomamos chá e conversamos,e ele me explicou toda a situação.
- Então senhor Wolf, temos tido uma série de assassinatos e sempre no mesmo corredor,e em específico um quarto.Pensamos que poderia ser um serial killer,mas a polícia investigou o caso e nada.Como você tem aptidões mágicas melhores que qualquer um que eu conheço, gostaria que desse uma olhada.- Dizia o Lord,com aquela voz clara e calma- Acompanhe-me até o quarto.
Então subimos um lance de escadas,andamos por alguns corredores e nos deparamos com uma porta.O Lord pegou uma chave e abriu a porta,mostrando-me um corredor limpo e bonito.
- Tens uma semana,depois disso os policiais voltarão. - disse o Lord
-Não é necessário mais que alguns dias. - retruquei ele
-Entre e irei fechar essa porta.Não quero que nada que esteja lá vá para os outros cantos da mansão.
Eu entrei e logo em seguida ele fechou a porta,suando frio.Liguei a luz daquele corredor e vi a luz percorrer   todo o corredor.Vi então passar pelos meus olhos todos os crimes cometidos,porém não conseguia ver o assassino.
Tinham 4 portas naquele corredor.Duas de um lado e duas do outro.Uma porta do lado esquerdo (e a mais próxima da entrada) estava fechada com tábuas e com uma inscrição borrada.No final do corredor havia uma janela que dava para o jardim,mas como estava no 2° andar era impossível de alguém entrar por ali.Alem disso,estava coberta com uma fina camada de poeira.As outras 3 portas pareciam portas comuns.Entrei nelas e vi dois quartos e um banheiro.Num dos quartos eu pude ver uma grande quantidade de energia negra condensada e uma pequena larva astral.Peguei na minha maleta - que sempre carrego comigo - um pouco de sal e pólvora e a matei.
Resolvi não ficar nesse quarto,e fui dormir no outro.Já era de noite.Acho que devo ter ficado muito tempo conversando com o Lord.
Nesse quarto tinha uma cama,um espelho grande em frente à cama, e uma pequena estante.Arrumei a cama como podia e limpei o local,fazendo o melhor o possível,para caso os problemas virem daquele quarto eu estivesse pronto para mata-lo.Fui dormir.Quando senti todo o meu corpo dormente,sai do corpo.Queria dar uma olhada mais de perto naquelas salas.Também tive que levar o meu lado consciente-humano para fora daquele lugar,para caso alguma coisa acontecesse.Peguei aquela alma humana e resolvi deixa-la do lado da cama do Lord.Nesse momento o meu corpo era somente mais uma casca em que os espíritos poderiam habitar e fazer o que quisessem,mas se esse corpo morresse toda a minha ligação com o mundo material iria embora -e eu teria que achar outro mago pra fazer o trato e deixar eu continuar a viver no mundo material usando o corpo dele.
Cansei de vasculhar aquele lugar,resolvi finalmente ir dormir.Fiquei ao lado do meu corpo,e comecei a sonhar.
Passaram-se algumas horas.
De repente eu vi a minha alma humana me atropelar e ir para o corpo, ele havia acordado.Se fosse só isso...o problema foi que ele veio de muito longe e rápido de mais,assim acabou me levando junto para o corpo,e nossos pensamentos se tornaram um.Agora,o humano estava no controle e eu mal conseguia pensar direito,então não esperava sair dali vivo.
Então eu ouvi um som de janelas quebrando.Logo em seguida ouvi um grunhido.Estava tudo muito silencioso e escuro.Consegui ouvir uma respiração através daquele frio que estava no ar.Ouvi passos muito pesados no corredor indo em direção à um dos quartos.Logo em seguida ouvi a porta do quarto ao lado do meu abrir e fazer aquele barulho estridente.Então ouvi algumas risadas.Meus olhos já estavam se acostumando ao escuro,mas eu não arriscava nem a respirar direito.Estava com tanto medo que não queria que o que quer que fosse me visse.Então eu ouvi uma voz grossa dizer:
 - Eu sei que você está aí...
Aquelas palavras ecoaram pelo corredor.Então eu resolvi sair da cama e me aproximar da porta para poder ouvir melhor e saber o que estava acontecendo.Eu estava a uns 10 centímetros da porta quando eu vi uma faca de açougueiro fazer um belo buraco na porta.Eu ouvi uma risada demoníaca e um volto correr pelo corredor - tamanho foi o buraco na porta.
Saí correndo e atravessei o corredor.Não sei porque eu olhei para a minha direita.Eu vi então uma criatura sobre a luz do luar,eu vi...Seu olhos vazios,seu dentes extremamente crescidos,um nariz deformado,a sombra maligna a sua volta,um sorriso diabólico,e um avental.Parecia um javali em forma humana ou coisa do tipo.Não ficaria ali por muito tempo,mas consegui notar que carregava outra faga de açougueiro em uma mão.Foram só alguns instantes que olhei para ele,talvez frações de segundos.Ele então correu na minha direção,e eu corri na direção daquele banheiro.
Para a minha sorte eu fui mais rápido e consegui entrar no banheiro,e aquele javali bateu de frente com a porta,que aguentou o peso,apesar de quase quebrar.
Eu então ouvi uma risada maligna,e ouvi ele dizendo...
- Haha...ninguém escapa do inferno meu... - ouvi o som das facas de açougueiro de novo- não tem escapatória pra você,maldito...
Então eu finalmente recobrei a consciência do que estava acontecendo,e mandei os pensamentos do maldito humano de volta para o subconsciente - já que ele tinha me colocado em toda essa fria por causa do medo dele.
Olhei em volta.No banheiro,à minha frente,tinha um espelho,ao meu lado esquerdo estava a porta e ao meu lado direito um banheiro com um corpo e um pouco de sangue,além de uma janela com uma boa visão da lua.
Não me tinha opção.A minha maleta tinha ficado no quarto,e em instantes aquele maldito ser ia entrar no banheiro.Eu tinha que fazer algo a tempo.Eu tinha jurado nunca mais fazer isso,mas eu não tinha escapatória.
Me dirigi à banheira,e vi o corpo entrando em decomposição de uma bela mulher,e um sangue um pouco fresco.Peguei com os dedos um pouco desse sangue e coloquei na língua, e olhei para a lua.Oh sim,no homem o sangue desperta a natureza louca e furiosa dele,já no meu caso...
Senti aquele velho mal agouro correr por todo o meu corpo e a adrenalina de lobo correr de novo no meu sangue.Então eu vi a primeira faca atingira a porta do banheiro,mas com pouca força.Aquele porco maldito dizendo "Essa foi com pouca força,mas a próxima vai te levar com certeza para o inferno!" até agora não sai da minha cabeça.Juntei a mão e peguei uma boa quantidade de sangue e coloquei na boca e engoli.Agora era a vez da minha revanche.
Disse com aquele meu sarcasmo de segunda guerra mundial:
- Vem maldito!Vamos ver quem sobrevive até o fim desse duelo...
Sai correndo em direção à porta do banheiro,e num golpe furioso derrubei a porta.O porco estava com uma das facas prontas para atirar,e atirou.Foi rápido mas não o suficiente.Ela iria direto ao meu crânio,se não tivesse usado a minha mão para impedir a trajetória e desvi-la.Então eu pude ver claramente que minha mão já estava totalmente peluda e que tinha um pouco de sangue nela.
-O que você estava dizendo porco maldito?
Vi claramente uma das minhas garras lhe atingir o cranio,e ele voou em direção ao quarto onde eu tinha dormido.Tinha esquecido de fechar a porta.Fui me aproximando devagar.O porco estava com uma grande quantidade de sangue saindo da cabeça.Ele então começou a rir.
Não demorei,fui logo em direção à minha maleta para poder exorciza-lo e ter certeza que voltaria ao inferno de onde saiu.Pena que com aquelas garras eu acabaria rasgando a maleta ao meio antes de poder pegar alguma coisa.Então notei que por onde eu tinha andado tinha deixado algumas marcas - meu peso havia aumentado consideravelmente.
O maldito do porco se levantou,pegou aquele espelho da parede e me tacou nas costas - enquanto eu havia me abaixado para pegar a maleta.Os cacos de vidro ficaram presos no meu pelo,e deixaram algumas marcas,mas nada muito importante.
No meio tempo de eu me dar conta que ele havia me ferido,ele saiu correndo e pegou uma das facas que estava presa na porta do banheiro.Ele pegou aquela maldita faca e jogou na minha direção.Era para decepar-me,e graças aos cacos de vidro não consegui me virar bem para desviar,então ela acertou o meu ombro,de leve,seguindo para o chão.
Nessa altura do campeonato eu já estava com muita raiva e sem paciência para ficar brincando de lutinha com aquele maldito porco.Peguei minha maleta,rasguei no meio e vi os meus pertences caírem no chão.
O porco saiu correndo para pegar aquela faca que estava no chão,mas já era tarde demais.Vi o meu grimório no chão,peguei e o abri na parte de selos.Ali estava um selo de banimento que ainda não tinha usado.
O porco já tinha pegado a faca novamente,quando se deparou com um belo golpe no cranio dele novamente.Claro que nós dois estávamos cansados,e era interessante ver que a cada golpe que ele levava ele soa exatamente como um porco, cada golpe era um 'óinc' bem cômico, mas com aqueles malditos pedaços de vidros na minhas costas se eu tentasse rir não daria muito certo.Com meu último golpe ele caiu no chão,e eu já estava ficando fraco demais para suportar toda a minha força,e em pouco tempo iria perder a consciência - e provavelmente acordar no inferno de novo.
Peguei uma de minhas garras e perfurei-lhe o torax.Ainda sim o maldito estava vivo e continuava tentando resistir.Com o sangue que consegui eu fiz o selo no chão, catei-lhe pelo crânio e o joguei de frente ao selo.Pena que nessa hora já estávamos todos fracos, o chão estava fraco,eu estava fraco e pesado,o porco estava fraco e sendo banido.No golpe que fiz para enfia-lo dentro do pequeno selo que desenhei no chão,acabei quebrando o chão.
Foi interessante ver a cena: eu voltando a ser humano, o porco sendo sugado para o grimório e virando meu servo,e meu corpo caindo no chão do quarto da faxineira,além dos blocos.Ah sim,um ou outro caco de vidro que havia se prendido ao meu corpo -e não ao meu pelo- que na queda acabaram com as minhas costas.
Minha consciência só durou até ouvir o grito da faxineira acordando assustado,o porco falando "Espera até meu chefe vir aqui amanhã!" deixando de ter livre-arbítrio, e minhas costas fazerem um "crec".
Tive muita coisa pra explicar pro Lord na manhã seguinte, e para o marido da faxineira,que até hoje não se convence que aconteceu um acidente e eu caí no quarto da esposa dele.
Wp,
Continua a série de contos sobre o Wolf? =D
Fala aí nos comentários se deve continuar ou não!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

O mais difícil é começar!

Como diria um ditado alemão, "O mais difícil é (o) começar".
Não é mais fácil terminar de construir uma casa quando ela já esta pela metade do que construir uma totalmente do zero?
Então o mais difícil é começar alguma coisa nova, como um blog por exemplo.As dificuldades que vão aparecer são muitas,mas continuemos indo, porque se a qualquer obstáculo nós desistirmos,nunca conseguiremos cumprir os nossos ideais e nossos desejos.
Faço algo novo hoje!Construa alguma coisa "do zero" e desafie a sua perseverança diante das adversidades.